LEONARDO VIEIRA EXPLICA DECISÃO DE DEIXAR O BRASIL: 'JÁ SOFRI AMEAÇA DE MORTE POR SER GAY'

Morando em Portugal desde novembro com o marido, Leandro Fonseca, o ator Leonardo Vieira celebra o fato de poder hoje viver com tranquilidade num país onde a lei proíbe discriminação por orientação sexual. Aos 50 anos, o galã de novelas como "Renascer", "Sonho meu" e "Senhora do Destino" contou com exclusividade ao EXTRA que um dos motivos que o fizeram ir embora do Brasil foi por já ter sofrido ameaças de morte por ser gay.





Por quê decidiu ir embora para Portugal?

Vários fatores foram determinantes para minha mudança. Em primeiro lugar, busca de melhor qualidade de vida. Isso inclui viver melhor gastando menos. Em Portugal, a homofobia é bem menor que no Brasil, eu não sofro ameaças de morte por ser eu, como já aconteceu no meu país. Aqui, a morte de alguém por violência é notícia por semanas, pois não é como no Brasi, que se morre por bala perdida todos dias. Aqui me sinto seguro de ir e vir, seja dia ou noite. Não ando com medo de ser assaltado e até mesmo assassinado durante um assalto. Não tenho medo da polícia e de sofrer extorsão por ela. Aqui não há um presidente que faz cortes na educação e estimula o uso de armas por crianças. Aqui em Portugal a extrema direita não está no poder. Esses são alguns dos motivos e já são o suficiente para eu ter escolhido morar em Portugal. Ah, claro, sou cidadão português.

Como está essa nova fase?

É mais que uma fase, é uma decisão muito pensada e sonhada também. É uma escolha consciente e planejada. É uma fase de realizações pessoais.

Não pretende mais voltar ao Brasil?

Voltarei ao Brasil para visitar a família, amigos, para o Natal e para trabalhar, caso receba algum convite. Mas a minha casa agora é aqui em Portugal.

Quais são seus planos para o futuro?

Toda a nossa família mudou para Portugal (ele, o marido os e o cães). Meus planos para o futuro são muitos. Por enquanto, estou organizando minha vida aqui. Já encontrei um bom espaço para nós vivermos perto da praia e vamos mudar para lá em junho. No trabalho, sigo experimentado novas linguagens e me instrumentalizando como ator e ser humano.